No dia de Luta Antimanicomial CAPS mostra que é possível tratar pacientes sem internar em hospícios

 

 

 

A data de 18 de maio celebra a reforma psiquiátrica no Brasil com o fim dos manicômios ou hospícios que tratavam de pessoas portadoras de transtornos mentais e os serviços substitutivos como o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Residências Terapêuticas, Programas de Redução de Danos, Centros de Convivências e Oficinas de Geração de Renda, entre outros.

 

Para marcar a passagem do dia 18 de maio, o Centro de Atenção Psicossocial de Araranguá promoveu de 11 a 15 de maio a Semana da Criatividade, onde os pacientes que são atendidos pelo serviço puderam demonstrar suas habilidades com a confecção de pinturas em camisetas, cartazes, feirinha para o Dia das Mães, atividades na horta e artesanato.

 

O CAPS de Araranguá é mantido pelo Governo do Município, através da Secretaria Municipal de Saúde, funciona em prédio no mesmo pátio do Hospital Bom Pastor, com acesso pela Rua Silveira Junior, atende mais de 500 pessoas ao mês. Os pacientes na sua maioria são encaminhados ao CAPS pelas unidades de saúde, através de uma avaliação médica.  

 

O atendimento é feito por uma equipe formada por médicos psiquiatras especialistas em saúde mental, psicólogos, enfermeiros, auxiliar de enfermagem, terapeutas ocupacionais, tendo como coordenadora a terapeuta Fabiane Tierling Damásio. “Graças à atenção que é dada aos pacientes, conseguimos dar alta para muitas pessoas que por aqui passaram. Gente que estava condenada a viver aprisionada com seus transtornos mentais. No CAPS I também temos ambulatório para desintoxicação de dependentes químicos. Os casos mais graves são atendidos em instituições especializadas. Sentimos a falta de leitos no Hospital Regional de Araranguá para casos de pacientes que precisam ficar próximos de seus familiares”, ressalta Fabi. Com o CAPS as pessoas com transtornos mentais deixaram de ser excluídas da sociedade e podem viver uma vida normal, sem manicômios.

 

Movimento Nacional de Luta Antimanicomial

 

O Movimento Nacional de Luta Antimanicomial caracteriza-se pelo seu caráter democrático, contando com a participação ativa e efetiva dos usuários de serviços de saúde mental, seus familiares, profissionais, estudantes e quaisquer interessados em defender uma postura de respeito aos diferentes modos de ser e a transformação da relação cultural da sociedade com as pessoas que sofrem por transtornos mentais.

O Movimento tem núcleos em todos os estados do país, sendo todos autônomos, propositadamente sem uma hierarquia. Atualmente, o Movimento tem uma Secretaria Nacional Colegiada que se encarrega da articulação nacional e de projetos diversos. E de dois em dois anos realiza encontros nacionais que procuram reunir todos os militantes para deliberar, de forma democrática, seus princípios e ações.