Ação do Programa Trabalho Seguro é desenvolvida de forma pioneira em escola estadual de Araranguá.
A segunda-feira, 30, foi marcada por ações de conscientização e prevenção na EEB Dolvina Leite de Medeiros, escola da rede estadual de ensino de Araranguá. As palestras ministradas pelo Juiz do Trabalho e Gestor Regional e Nacional do Programa Trabalho Seguro, Ricardo Jahn. envolveram quase 500 alunos do ensino fundamental e médio da unidade escolar.
A ação pioneira do Programa Trabalho Seguro em Araranguá, que teve como linhas de frente a conscientização sobre trabalho infantil e informações sobre saúde e segurança no trabalho, foi resultado de uma parceria entre a Secretaria de Estado da Administração (SEA), por meio da Gerência de Saúde Ocupacional, coordenadoria Regional do Programa Trabalho Seguro/do Tribunal Superior do Trabalho e a 21ª Gerência de Educação da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Araranguá.
O idealizador da atividade, analista técnico da Gerência de Saúde Ocupacional da SEA, Laércio de Campos, explica que a ideia surgiu para colocar em prática a Lei Federal nº 12.645 de 16 de maio de 2012, que instituiu 10 de outubro como o Dia Nacional da Segurança e Saúde nas Escolas. “Preconizando a Lei, e tendo como importante parceiro o gestor do Programa Trabalho Seguro, realizamos esta ação, que teve como resultados a discussão e disseminação da temática no ambiente escolar, envolvendo ainda os educadores”.
O palestrante, Juiz do Trabalho e Gestor Regional e Nacional do Programa Trabalho Seguro, Ricardo Jahn, ressaltou que a atividade teve como principal objetivo aproximar a Justiça da Escola, onde foram realizadas duas atividades – uma nas séries iniciais voltada à questão do trabalho infantil, para conscientizar as crianças de que trabalhar não é a melhor opção para elas. “A melhor opção é estudar. As crianças podem no máximo auxiliar eventualmente os pais nos afazeres domésticos, mas não trabalhar de forma remunerada. Estudos indicam que quanto mais cedo a criança trabalha, menor será sua habilitação profissional no futuro. Temos que educar para que estas crianças estudem e posteriormente ingressem no mercado de trabalho com melhor qualificação e obtendo também melhores rendimentos”, explica.
A atividade com os demais alunos foi direcionada à conscientização relativa aos acidentes do trabalho. “Todos os alunos um dia irão trabalhar, seja na condição de patrão, empregado, funcionário público, e nesse momento do trabalho eles tem que ser conscientes dos seus deveres e suas obrigações, e também sabedores do que acontece quando sofrem um acidente de trabalho, as repercussões para ele, para sua família, para o governo, os benefícios previdenciários para a sociedade em geral, levando em conta a realidade brasileira atual”, complementa.
Segundo o gestor do Programa Trabalho Seguro, são mais de 700 mil pessoas no Brasil anualmente que sofrem acidentes de trabalho. Em Santa Catarina são cerca de 40 mil acidentes, e em Araranguá são quase 400 acidentes por ano. “Os acidentes de trabalho acontecem e afastam o trabalhador das suas atividades laborais. Por isso, precisamos criar uma cultura dentro das escolas com objetivo de prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho e nada melhor do que começar agora com os futuros trabalhadores”, explica.
Durante a ação, os estudantes receberam cartilhas de combate ao trabalho infantil nas séries iniciais, para a realização de atividades pedagógicas, e lúdicas, e de prevenção a acidentes de trabalho aos alunos do ensino fundamental 2 (6º ao 9º ano) e ensino médio, com a proposta de realização de um concurso de desenho e redação sobre os temas ainda neste ano letivo. “Foi um momento muito significativo, principalmente porque este tema será posteriormente trabalhado em sala de aula pelos professores”, agradece a diretora da EEB Dolvina Leite de Medeiros, Maria Vieira.
Para a gerente Regional de Educação da ADR Araranguá, Celina Hobold da Rosa, esta importante parceria trouxe resultados positivos. “Foi um contato inicial destas crianças e adolescentes com o Programa, que demonstraram interesse no que ouviram. Elas receberam importantes informações que serão debatidas em sala de aula, e com certeza em casa com os pais”.
Os alunos também aprovaram a atividade diferenciada. “Achei muito legal, e concordo que as crianças têm só que estudar e brincar”, disse o aluno Davi Guimarães Roque, do 1º ano do ensino fundamental, que ouviu atentamente todas as informações repassadas durante a palestra.
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