UCCA poderá voltar a ativa
Ex-presidentes e sócios do União Clube Cidade Alta (UCCA) estiveram reunidos na noite de segunda-feira, 29, no Salão Comunitário do bairro Cidade Alta, para discutir, junto a Secretaria de Assistência Social e Habitação uma solução para o local, que atualmente está em condições precárias.
O atual presidente do UCCA, José Carlos de Souza, foi quem iniciou a explanação. “No dia 29 de maio houve reunião na casa de um dos sócios, foi montado um grupo para identificar os interesses sobre o local. O UCCA está parado e podia estar sendo muito bem utilizado. Durante a noite está sendo invadido. Por isso, iniciamos uma tratativa com o Governo do Município, através da Secretaria de Assistência Social, que nos mostrou o que poderá ser feito no local”, explicou.
O objetivo da Prefeitura, de acordo com o secretário de Assistência Social e Habitação, Eduardo Merêncio (Chico) é ter o direito legal de utilizar o imóvel, especialmente para fins de projetos sociais voltados para famílias em situação de vulnerabilidade e risco social do município.
As opiniões do grupo foram expostas e estavam divididas. Alveri de Sá, um dos sócios, foi o primeiro a se manifestar. “Minha opinião é que devemos ceder para a prefeitura. O local está a deriva e entendemos que se a prefeitura manter é uma boa ideia, a comunidade vai voltar a usufruir o local, já que não temos o que fazer”.
Na mesma linha, Gercino Pascoali também foi a favor. “Este clube tem um pedaço da minha vida dedicada. Seria um prazer vê-lo funcionando a toda velocidade novamente. O UCCA tinha um nome muito forte, tivemos grandes presidentes, funcionou, caiu e agora está de arrasto. Eu amo esta cidade e estou lutando para que este lugar seja levantado novamente”.
José Adelino Serafim, comentou que é difícil aceitar a queda do clube. “Como sócio, jamais aceitaria uma doação do UCCA para a prefeitura, mas o contrato de cessão de uso do imóvel por alguns anos, é a solução. Quem sabe fizemos o clube nos orgulhar novamente”.
Prefeitura apresenta projeto
O secretário de Assistência Social e Habitação, Eduardo Merêncio, Chico, explicou que atualmente o município não pode investir sem o direito legal do local. Os projetos que temos são ligados a questões de famílias em situação de vulnerabilidade, recebem, na maioria, investimentos do Governo Federal, por isso, não é possível investir sem estar legalizado.
O secretário ressaltou também que o UCCA não está em condições de uso atualmente. “O projeto que funcionava era o Ciarti (Centro de Integração de Atividades Recreativas da Terceira Idade), mas não tinha acessibilidade e é nossa obrigação proporcionar. Tivemos que buscar uma outra alternativa. Temos projeto com o CRAS (Centro de Referência em Assistência Social), que funciona em uma antiga escola e atende de 150 a 200 crianças. Imaginamos que o UCCA é o lugar ideal para atendê-los. Tem oficinas de capoeira, dança, percussão, violão, karatê, artes manuais, informática. Atende também as famílias, como por exemplo, no clube de mães”.
A proposta, ainda segundo o secretário, é além do CRAS e clube de Mães, dar continuidade as atividades no campo de futebol. “Funciona o projeto Tigrinhos, mas podemos utilizá-lo também para o AEC, enquanto nossa arena poliesportiva não estiver pronta. Queremos manter o UCCA, recuperar o tempo perdido”.
Definições da assembleia
Representando a procuradoria do município, o também sócio do clube, José Roberto Ostetto, anunciou que o UCCA tem uma história muito bonita construída pelo povo. “O município não renovou o contrato, porque não havia para quem recorrer. A solução era uma ação de consignação de chaves ou reunir o grupo para tentar levantar o UCCA de maneira formal, com personalidade jurídica, porque hoje não há. A proposta do município só poderá ser tratada a partir do momento que tiver para quem fazê-la”.
De posse das informações, ficou definido a criação de uma comissão provisória, que vai elaborar um estatuto, identificar os sócios, chamar uma assembleia, eleger uma diretoria que decidirá o destino do local. A comissão voluntária foi formada por Airton Oliveira, Antonio João da Silva, Jaime Luiz Felisbino, Édio Apolinário de Oliveira, José Roberto Ostetto, José Carlos de Souza, José Adelino Serafim, Edson Ferreira, Paulo de Tarso Bittencourt, Plínio Linhares, Joberto Atílio Scremin, Márcio Ivo Tramontin da Silva, Ivan Francisco Spíndola, Daniel Viriato Afonso e Alci Peruchi.
A primeira reunião do grupo, a princípio foi marcada para segunda-feira, dia 04.
Esses cidadãos araranguaenses que tanto investiram e demonstraram o amor pela cidade, certamente tomarão as melhores medidas para a reativação e reutilização deste clube que faz parte da história, não só do município, mas de muitas pessoas que o utilizaram e que reservam lindas lembranças do passado. A espera agora é para que, neste encontro do dia 04, já se defina normas e orientações para que o mais breve possível, já se possa visualizar atividades no União Clube Cidade Alta.