Visita de Campo mostrou novos horizontes ao Projeto Orla

 

 

 

Araranguá possui extensa área de sua orla praticamente intocável, com belezas naturais que poucos conhecem e um conjunto de fauna e flora que se harmonizam, mas é preciso regularizar as áreas de uso comum e ordenar os espaços para garantir o futuro com sustentabilidade. 

 

Tudo isso ficou muito evidente aos membros do Comitê Gestor que acompanharam o mediador do Projeto Orla, Geólogo Pedro Nasser, na visita de campo realizada durante todo o dia na orla de Araranguá. Mais de 12 pontos estratégicos levantados nas oficinas foram visitados.

Mais de vinte pessoas, entre representantes dos órgãos governamentais, prefeitura, FAMA, não governamentais, Colônia de Pesca, associação de moradores e imprensa local participou das atividades. 

 

Fonte termal

 

O ponto de partida foi a Praia Paiquerê, onde existe um manancial de águas termais. O grupo seguiu em direção a praia e verificou a área que poderá servir de acesso para o Morro dos Conventos, porém ficou descartada a ocupação no trecho. “No local já existiu uma estrada, inclusive com iluminação pública”, relatou um representante dos loteadores.

 

Recuperar  a Lagoa dos Bixos

 

O segundo ponto visitado foi à antiga “Lagoa dos Bixos”, que existia até 1981 e depois foi assoreada. Hoje existe apenas um pequeno canal que corre para o mar. Os membros do grupo propuseram a sua recuperação. Seguindo a visitação os visitantes passaram pela trilha das falésias, em direção a área urbana do Morro dos Conventos. Existe uma proposta de abertura de rua e ocupação de uma área entre uma APP e residências que foram construídas e ficaram sem acesso.

 

Vigiar a Barra

 

Ainda pena manhã o grupo do Projeto Orla esteve na barra do Rio Araranguá, onde constataram a necessidade de maior fiscalização dos barcos pesqueiros para que respeitem a faixa de 500 metros entre a boca da barra até o mar e vice-versa. “Infelizmente os grandes barcos não respeitam o limite e os cardumes de peixes acabam não entrando na barra, nem mesmo o boto, prejudicando nossos pescadores artesanais”, denunciou o presidente da Colônia Z-16, Adeirde Pedroso (o Dirde). Após esta visita, os membros do grupo almoçaram no restaurante Bistrô, localizado no cartão postal que é o Hotel do Morro dos Conventos.

 

Baía no Rio Araranguá

 

Após o almoço a visita de campo do Projeto Orla foi num ponto considerado estratégico para acesso ao Rio Araranguá, nas proximidades do Yate Clube, onde existem terras da união que não vão causar nenhum conflito e onde poderá ser construído uma Marina para uso em comum de pescadores e apreciadores de esportes náuticos, que terão acesso ao rio para suas embarcações. Nas margens do rio é possível ver rastros de capivaras que circulam livremente pela área. Mais a frente, em direção ao lado sul do Morro dos Conventos, entre o morro do farol e o mar, há uma área considerada para conservação turística.

 

Passando a Balsa

 

Na tarde ensolarada de sábado, o grupo de visita de campo do Projeto Orla passou a balsa e chegou até a comunidade de Morro Agudo, onde os moradores e pescadores buscam a regularização de uma área para uso comum e de apoio à pesca.  No local que já foi sede do time de futebol da comunidade, só sobrou a trave em meio a vegetação que cresce abundante, assim como algumas construções.

 

Ilhas

 

Guiados pelo presidente da Colônia de Pesca Z-16, os membros do Comitê Gestor chegaram a encantadora comunidade de Ilhas. Logo no acesso, Dirde apontou a necessidade de aproveitamento das águas do “braço morto” do Rio Araranguá, num canal que poderia ser melhor aproveitado com a construção de uma ponte para melhor a passagem das águas e canoas. No velho porto de Ilhas, existe a necessidade da regularização dos terrenos as margens do rio e das áreas de uso comum. Hoje existem mais de 300 canoas atracadas no local. O grupo do Projeto Orla também visitou a ponte entre Ilhas e Barra Velha, local que é uma espécie de estuário para a proliferação de várias espécies de animais.  

 

Avaliação positiva

 

Para o representante da Secretaria de Planejamento, arquiteto Paulo Ricardo da Silva, o projeto Orla é muito importante porque vai para criar regras numa o projeto vem ao encontro do governo do município que busca a sustentabilidade. “O projeto vem reforçar a leitura comunitária e será incorporado ao Plano Diretor”, disse. O presidente da Colônia Z-16, Adeirde Pedroso, acredita que com as visitações efetuadas, as autoridades municipais e federais terão um novo olhar para as comunidades pesqueiras. “Queremos ordem na orla e não aceitamos a ocupação desordenada das áreas de bem comum”, frisou. A secretária de Governo Maria Aparecida Costa, a Cida, hoje pudemos fazer o reconhecimento in-loco do que já foi apontado nas reuniões. “Muitos dos problemas levantados poderão ser resolvidos pelo governo que quer a preservação destes locais. O governo colherá muitos frutos com este projeto e é salutar a presença da população, como temos constatado”, afirmou. O mediador do Projeto Orla, geólogo Pedro Nasser avaliou o trabalho de campo muito proveitoso. “Pudemos percorrer os 7 setores que mapeamos dentro do projeto e ver as potencialidades de cada local, o trabalho foi muito proveitoso, vimos áreas com ocupações irregulares, outras com possibilidade de regularização. Vamos partir agora para uma terceira etapa, com a definição das tarefas para cada um e esperamos até setembro concluir a fase preliminar do projeto”, avaliou Nasser. As reuniões do Projeto Orla serão quinzenais, a partir da próxima semana, tendo por local o Hotel Morro dos Conventos.