O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) realiza palestra interativa com estudantes do IFSC
O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Habitação, está participando do evento em alusão ao Dia Internacional da Mulher realizado pelo Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), de Araranguá.
No dia 06/03/2020, as psicólogas do CREAS, Kelly Bôlla e Kelly Fritzen, realizaram uma palestra interativa com estudantes do IFSC, visando promover a reflexão crítica a respeito da Violência Contra a Mulher, abordando os diferentes tipos de violência, os relacionamentos abusivos, o ciclo da violência, a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006) e outros marcos legais de proteção, bem como as questões de gênero e as formas de prevenção.
Durante o encontro, as psicólogas mencionaram que a Lei Maria da Penha considera como formas de violência, sem seu Artigo 7º:
I – a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões,mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
III – a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV – a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V – a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
Outro aspecto trabalhado junto aos participantes, refere-se aos diferentes contextos em que a violência ocorre. Ressaltou-se o fato de que a agressão pode ocorrer no âmbito doméstico, familiar e nos espaços públicos; e que o agressor pode ter vínculos afetivos, laços consanguíneos ou nem mesmo apresentar afinidades com a pessoa vitimada. Entretanto, as estatísticas apontam o fato de que as agressões ocorrem com maior frequência em ambientes domésticos e familiares, ao passo que estes deveriam representar um espaço de proteção e cuidado.
Os adolescentes, que participaram ativamente do encontro, também foram informados sobre a rede de proteção às vítimas. Além disso, a equipe enfatizou a importância do seu papel, enquanto multiplicadores, na conscientização social acerca do tema. Afinal, a informação e a disseminação desta, em como o diálogo e a empatia são instrumentos primordiais para a construção de uma cultura de paz.
Por fim, as profissionais destacaram a atuação do CREAS enquanto equipamento de proteção social especial, ficando à disposição para acolher as vítimas de violência e familiares, a fim de oportunizar um espaço de escuta e orientação, visando o enfrentamento e a interrupção do ciclo de violência.
Outro encontro sobre a temática será realizado na próxima segunda-feira, com outras turmas de estudantes do Instituto Federal de Santa Catarina de Araranguá.